segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Carta ao Jardim das Magnólias

Boa Tarde!

Em todos os nossos encontros sempre buscamos várias formas de expressão. No encontro do dia 07 de agosto foi lançado o desafio de que cada calvinino contasse uma história de maneira não verbal, usando apenas o corpo para se expressar e contar a sua história. O Fernando, da turma da manhã, verbalizoua a sua história em forma de uma carta ao Jardim de Magnólias, que fica aqui compartilhada com todos vocês.

"Vestido com armadura de pele de cavalo e com uma pena embainhada, Horácio vai ao encontro de seu cavalo metálico, Prata é seu nome. Já montado os dois partem da Cidade dos Isolados, onde ninguém conhece ninguém, para as Profundezas do Esquecimento ao encontro de um tesouro raro que segundo fuxicos de outras cidades, foi escondido por um rico comerciante falecido recentemente e cuja família ninguém das redondezas conhecia.
O céu límpido verde e a brisa que bate em seu rosto como uma rosa espinhada que estivesse entrando em contato com a pele, tornavam as condições perfeitas para cavalgar. Após horas percorrendo oceanos e atravessando montanhas, o cavaleiro depara-se com uma criatura, também alada, que o impede de prosseguir. Lá estava, mais rápida que seu cavalo, com a astúcia dos felinos, poderes de dragão, e valentia da cabra, eis que surge uma quimera montada numa nuvem. Como se abrisse um sorriso, prepara-se para o bote.
Corajosamente, sem se intimidar o viajante desce de seu cavalo voador e apóia-se na mesma nuvem encarando a besta fera. Desembainhando rapidamente sua pena ele acerta cócegas certeiras. Impossibilitada de revidar, a fera entra aos berros pelas cócegas, tamanha era a habilidade do guerreiro com a pena. Impiedosamente, o Horacio vira-se, monta em seu cavalo. O mostro no meio da risada sem perceber acaba caindo da nuvem. Sem saber que fim deu a besta, ele continua sua jornada.
Mais algumas horas de viagem e enfim seu caminho tomado o leva às Profundezas no pico de um vulcão. Desce de seu cavalo. Ao entrar na caverna do vulcão, percebe a dificuldade de enxergar diante àquela luminosidade, pois as pedras das paredes eram de ouro. O guerreiro puxa sua tocha e escurece o lugar. Prosseguindo, a luz, o calor e o e eco tornam aquele lugar quase que insuportável para ele. Ao fim do corredor a única passagem para dar continuidade possui aproximadamente um metro de diâmetro na altura do joelho. Guardando sua tocha, ele começa a rolar pelo estreito corredor. Após três passagens ele encontrar uma grande região com menos ouro. Não é possível ver a profundeza do grande buraco que separa essa região em duas partes e para passar é necessário atravessar uma longa ponte de bronze sustentada por fios de ouro. Horário passa devagar, pois sabe o risco que está correndo. De repente escorrega. Segura com firmeza para não cair no grande buraco. Com muita cautela ele chega do outro lado. Continua com seu objetivo. Depois de três salões pulando de buracos, passando por corredores apertados e escapando de armadilhas naturais que desmoronam, Horacio consegue finalmente chegar ao baú do tesouro. Seu coração se enche de alegria ao vê-lo, pois ele mesmo não acreditava muito nos rumores. Com uma simples batida ele abre a fechadura. Tamanha era a felicidade em seu coração quando olha minuciosamente, porque lá estava! Uma pedra normal! mas não era qualquer pedra normal, pois por mais raras que sejam, lá estava escrito quase que imperceptível seu nome e da sua amada na infância. Ele dá gritos de alegria e se emociona por ter achado tão valioso tesouro ontogênico. Satisfeito, ele decide retornar. Consegue passar sem problemas pelos caminhos da volta. No entanto, enquanto estava no meio da ponte começa a perceber uma maior flexibilidade nas cordas que a sustentavam. Quando ele enxerga já era tarde, a ponte de ouro se arrebenta e Horacio cai no imenso buraco. Sem conseguir pensar em nada, nem reagir instintivamente, seu corpo fica imóvel na queda. De repente cai num rio de lava azul. Aliviado por ter escapado da morte, ele vai até a superfície e nada até uma borda sobre a lava. Encontra um corredor e começa a subir numa passagem íngrime. Depois de uma longa subida, o aventureiro vê a saída. Saindo da caverna ele fica contente por ter encontrado seu cavalo há alguns metros dali, mas depois da lava não lembra de nada que aconteceu dentro do vulcão, nem o porquê ele tinha ido ali. A pedra já não tinha mais valor."
Por Fernando Pereira da Silva.
Saudações Calvinianas!

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