Por Jéssica Fabri
A cidade de Jéssica amanhece vazia, silenciosa, calma, quase que sombria, amanhece sem nada a oferecer, porém com os primeiros raios de Sol nascem as primeiras pedras preciosas, são minúsculas e inúmeras, formam ruas ladrilhadas e brilhantes, por todo lado podemos ver raios coloridos que refletem de baixo para cima a luz do dia, transformando o céu um imenso borrão colorido de luz, o Sol é o Deus da cidade, ele move todos os seres vivos que se abrigam por ali. Os moradores da cidade são seres gentis, porém muito apressados, tão apressados que seria quase impossível reconhece-los, passam de um lado para o outro completamente concentrados em suas atividades diárias, seus planos, suas metas, parece que procuram respostas para perguntas que ainda nem foram perguntadas, ou ainda que nem foram pensadas.
Descendo as ruas ladrilhadas da cidade podemos contemplar paredes enormes e tortas, feitas de cascos de árvores, de troncos, raízes e folhas - folhas estas tão verdes que mais parecem esmeraldas reluzentes, acompanhando as folhas, como se fossem uma coisa só, encontra-se os frutos, mais nenhum deles são comestíveis (apesar de sua aparência suculenta e encantadora) esses frutos nascem sempre com os primeiros raios de Sol e morrem no final do dia, simplesmente apodrecem e somem, como se nunca tivessem existido e no dia seguinte nascem novamente e enfeitam as paredes cascudas.
O mais belo de todos os seres que moram na cidade de Jéssica são as montanhas, dançarinas exemplares em sua simplicidade, tímidas e delicadas, se movimentam tão suavemente que seriam capazes de acalmar até os moradores apressados que por ali rondam, as montanhas flutuantes mudam de lugar a todo momento, seria quase impossível encontrar a mesma montanha no mesmo lugar, elas não gostam de ficar paradas, contudo não existira um só ser que comprovasse realmente que elas se movimentam, é tão sutil todo seu desempenho que somente um bom observador conseguiria desvendar o mistério de como as montanhas flutuantes dançam sem parecer se mover.
O dia acaba com um grande ritual, todos os seres ficam imóveis por um instante, todas suas atividades e pensamentos se congelam, uma grande paz absorve toda a atividade do decorrer do dia, o Sol simplesmente se alimenta de tudo aquilo e vai dormir, pra se fazer vivo no dia seguinte e com ele fazer renascer a cidade que agora não passa de um grande e incompreensível silêncio.
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